A doença renal crônica(DRC) afeta cerca de 10% da população. É um percentual absurdamente alto. O diabetes e a pressão alta são as principais causas no mundo.


Paciente com DRC tem maior risco de piorarem a função dos rins durante uma infecção por Covid 19 e isso resulta em maior gravidade do Covid 19 e pior prognóstico.


Os pacientes mais vulneráveis são os pacientes em diálise. Eles são os que tem maior risco de evoluirem mal durante o Covid. Além disso, nesse grupo o distanciamento social fica mais complicado. Entretanto, nesse momento muitos já tomaram a vacina (🙏) pois estavam em listas de prioridades.


Agora mesmo quem nunca teve problema nos rins, pode desenvolver lesão renal durante a Covid 19. O distúrbio mais frequente é aumento do potássio (uma metanalise mostrou chegar a 12,5% dos casos internados), insuficiência renal aguda 11% e quase 7% precisaram de diálise. A lesão nos rins resulta em piora da gravidade e mortalidade do paciente.


Portanto, a lesão renal é parte importante e frequente na Covid 19. Muitos pacientes que sobrevivem podem ter sequelas no rim por toda a vida e precisam de seguimento com nefrologista.


A melhor prevenção da doença renal é se proteger contra a Covid 19. Mas se pegar, mantenha-se hidratado, não tome anti inflamatórios e não se auto medique.


Vamos juntos combater a COVID 19 🙌🙌


Ref 1. K Kunutsor et al. Ann Med. 2020 NovRef 2. Braz. J. Nephrol. 2021-04-12Postado dia14/06/2021Imagem: Freepik e pngtree

O que fazer se sentir que ainda não voltou ao seu normal após ter tido Covid 19?


Você pode estar com Síndrome pós Covid. Veja o post anterior para entender se voce se enquadra na definição.

O fato é que se houver persistência ou aparecimento de novos sintomas você precisa consultar seu médico de confiança. Ele irá tratá-lo(la) ou direcioná-lo(la) para o melhor profissional habilitado em casos mais específicos.

Se você tiver sintomas relacionados a respiração precisará de exames para entender melhor as sequelas do Covid 19.


Podemos fazer exames que avaliam a extensão de acometimento pulmonar e como está a entrada de oxigenio para o organismo. O quanto antes você procurar ajuda melhor. Muitas vezes, além dos medicamentos, indicamos fisioterapia e quanto mais precoce, melhor seu resultado. Casos mais graves podem até precisar de oxigênio, pelo menos por um tempo. Por isso, o acompanhamento pos covid é tão importante.

Sintomas de palpitação, dor torácica e falta de ar podem estar relacionados ao coração (miocardite, arritmias, insuficiência cardíaca), mas também a quadros de ansiedade. Exames básicos como eletrocardiograma e ecocardiograma ou as vezes mais complexos podem ser necessários para o correto diagnóstico.


Uma boa avaliação clínica e possivelmente exames para investigação, poderão ajudar a diferenciar esses quadros e a direcionar o melhor tratamento.


Vocês tiveram algum desses sintomas?


Imagem: Freepik e pngtreePostado dia 10/06/2021

Estamos ainda estudando e aprendendo muito sobre a pandemia do Coronavirus. Atualmente consideramos que o paciente é portador da síndrome se houver persistência de sintomas ou desenvolvimento de sequelas que vão além de 3-4 semanas do início dos sintomas. Podemos ir além nas definições, classificando em subagudo sintomas de 4-12 semanas após início dos sintomas ou crônico se mais de 12 semanas de sintomas.


Quais as queixas mais comuns dessa síndrome?


Se você teve Covid então pode ser que se identifique muito com o que vou dizer. Estudos em pacientes que sobreviveram ao Covid e tiveram alta do hospital mostram dados impressionantes:


  • Quase 20% dos pacientes relataram aparecimento de sintomas novos em casa ou piora de sintomas que tinham no hospital!

  • Quase 1/4 dos pacientes relataram persistência de falta de ar, principalmente para subir escadas.

  • Outros sintomas incluíram tosse (15,4%), perda persistente do paladar e /ou olfato (13,1%), perda de cabelo (20%).

  • É muito frequente também transtornos de ordem mental como estresse pós traumático, ansiedade e depressão. E distúrbios de concentração e de sono (entre 20-25% dos pacientes nos estudos).


Nos próximos posts vamos aprofundar um pouco do que se sabe e como lidamos com essas novas questões! Deixe seu comentário se teve Covid e ainda tem sintomas relacionados.


Ref. Nature medicine 27, 601-615 (2021)Postado dia 09/06/2021Imagem: Freepik

Que a obesidade aumenta o risco de covid grave nós ja sabemos. Entretanto, recentemente um estudo mostrou que a gordura visceral foi muito mais importante que a gordura subcutanea em predizer gravidade do Covid. Em outras palavras: sabe aquela gordura no fígado que sempre falamos em consulta e que muitos pacientes acreditam ser “normal”? Pois é, essa gordura é um fator risco importante para complicações no Covid 19.

E o que fazer?


Vamos começar a entender que o caminho é um só? Vamos melhorar alimentação e aumentar exercicios fisicos, especialmente musculação? Chega de desculpas, pandemia não pode mais ser motivo para mantermos comportamentos que só pioram nossas condições de saude! Vamos mudar, e que seja hoje!!🙌🙌 o que falta para você se convencer?


Ref: Metabolism, 2021 feb, 115. Imagem: FreepikPostado dia 28/05/2021

Ficar em casa durante a pandemia é uma das estratégias para evitar aglomerações e dessa forma nos mantermos saudáveis e sem Covid.


Entretanto, o que tenho escutado dos meus pacientes é que estão trabalhando muito em casa, cada vez mais, e que a alimentação muitas vezes é o que da tempo ou então é o famoso fast food. Alem disso muitos pacientes estão sedentários...


Conclusão: estamos ficando cada vez mais doentes e vulneráveis ao próprio Covid!!

Não acredita? Exagero??

Pois então leiam com atenção:


Um estudo feito pelo Department of Family and Sports Medicine, CA, USA, envolvendo 48.440 pacientes com diagnostico de Covid 19 mostrou que pacientes consistentemente sedentários tiveram 20% mais hospitalizações, 10% a mais de risco de irem para UTI e mortalidade 33% maior do que pacientes que faziam algum grau de atividade física.


Para ser considerado ativo o indivíduo deveria fazer ao menos 150 min de atividade física moderada a intensa por semana, em acordo com o US Physical Activity Guidelines (JAMA 2018).


Portanto, a atividade física foi fortemente associada a um risco reduzido de casos graves de COVID-19 entre os adultos infectados.


Por isso precisamos ainda mais promover a atividade física no cenário atual, seja pela parte física e também mental, com esforço de cada um de nós mas também através da priorização do esporte pelos órgãos de saúde pública e incorporação do exercício aos cuidados médicos de rotina.

Ref. https://bjsm.bmj.com/content/early/2021/04/07/bjsports-2021-104080Imagem: FreepikPostado dia 20/04/2021

Um estudo recente da Universidade de Michigan e publicado eletronicamente na revista American Journal of Infection Control mostrou que, em 27.201 pacientes testados para Covid 19, os pacientes que haviam recebido a vacina Influenza (vacina da gripe) tinham uma chance 24% menor de testarem positivo para Covid do que aqueles que não tomaram. Ou seja, de acordo com esse estudo, os pacientes que tomaram a vacina da gripe estariam mais protegidos contra a Covid 19!


Além disso, os pacientes vacinados para gripe internaram menos, ficaram menos tempo no hospital e menos frequentemente precisaram ser intubados para receber ajuda da ventilação mecânica.


O mecanismo envolvido nessa proteção não esta bem esclarecido mas aparentemente pode envolver ativação da resposta inata ( é a resposta natural, inespecífica e não direcionada a um microorganismo específico) que funciona independentemente de um antígeno específico que a estimule.


Apesar de ser um estudo retrospectivo, essa coorte tem resultados bem interessantes frente ao que temos vivido sem vacina para toda população até o momento.


Vejo que essa pode ser uma forma, ao menos para pacientes que ainda não receberam a vacina, de tentar reduzir o risco de contrair Covid 19 e amenizar a gravidade da doença no momento atual.


Esse não deve ser, entretanto, o único motivo para vacinar-se contra a gripe. Essa vacina sempre é recomendada uma vez que os sintomas podem se misturar com os do Covid e principalmente porque o vírus Influenza também pode ser letal.


Ref: http://doi.org/10.1016/j.ajic.2021.02.012Imagem: FreepikPostado dia 16/04/2021

Desde o início dos casos de Covid 19 muitas pessoas começaram a suplementar vitamina C como forma de aumentar imunidade.


Além do fato de não termos comprovado nenhum aumento na imunidade, o que de fato pode acontecer é dobrar o risco da pessoa desenvolver pedra nos rins, especialmente com doses acima de 500mg/dia.


A necessidade diária de vitamina C em adultos é cerca de 45mg/dia.

Fontes naturais de vitamina C? Papaya, frutas cítricas, acerola, pimenta vermelha, goiaba, brócolis, couve...


Portanto, prefira sempre as fontes naturais para suas vitaminas e cuidado pra não aumentar suas chances de formar pedras nos rins.


Postado dia 07/06/2021Vetor: Freepik

Nesse vídeo falo sobre a correlação da microbiota e Covid 19.

Postado dia 31/03/2021

O alvo do vírus da Covid 19 é principalmente o sistema respiratório, mas diversos estudos mostram que o trato gastrointestinal é também um local de entrada do vírus e grande replicação viral.


Já foi mostrada uma correlação entre diarréia prolongada pós Covid e redução da diversidade das bactérias intestinais (levando a disbiose) e aparentemente o eixo entre pulmão e intestino está envolvido na resposta do organismo a Covid 19 e no gravidade do acometimento pelo vírus.


Por isso, cuidar da microbiota intestinal pode ser, no mínimo, um modo de reduzirmos os riscos de complicações pelo Covid 19 enquanto não estamos todos imunizados.


Ref e imagem: Microbiota modulation of the gut-lung acis in covid 19. Front Immunol 2021, fev 24;12:635471.Postado dia 26/03/2021

Falo hoje um pouco sobre artigo recente relacionando consumo de frutas e vegetais e mortalidade.


Os níveis ideais de ingestão de frutas e vegetais para manter a saúde a longo prazo é incerto.


Nesse estudo foram acompanhados mulheres e homens durante 30 anos, que não tinham doenças cardiovasculares (DCV), câncer e diabetes. A dieta foi avaliada por meio de um questionário de frequência alimentar semiquantitativo validado no início do estudo e atualizado a cada 2 a 4 anos.


Documentaram 33.898 mortes durante o acompanhamento. A ingestão de 5 porções por dia de frutas e vegetais, ou 2 porções de frutas e 3 porções de vegetais, foi associada à mortalidade mais baixa e, acima desse nível, maior ingestão não foi associada à redução de risco adicional.


Em comparação com o nível de referência (2 porções / dia), a ingesta diária de 5 porções de frutas e vegetais foi associada a redução de 13% para mortalidade total; tendo se associado também a redução do risco de morte por DCV, por câncer e por doenças respiratórias.


A conclusão do estudo é que o maior consumo de frutas e vegetais foi associado a menor mortalidade; Em outras palavras: a ingesta de 5 porções de frutas e vegetais por dia (com exceção de vegetais ricos em amido, como ervilhas e milho) reduziu risco de morrer. Essas descobertas apoiam as recomendações dietéticas atuais para aumentar a ingestão de frutas e vegetais, mas não de sucos de frutas e batatas.


Em tempos de Covid onde parece haver de uma relação entre o não saudável, a obesidade, o sedentarismo e pior evolução do covid com maior risco de complicações, o consumo de vegetais e frutas pode ser o início de uma serie de mudanças do estilo de vida rumo a saúde. 🙌🙌

Ref. Circulation. 2021;143:00–00. Imagem: PexelsPostado dia 04/03/2021

Gente eu entendo que ninguém aguenta mais o isolamento social, mas as pessoas perderam totalmente o medo de pegar covid! Entendam que as únicas medidas (além da vacina) no combate ao vírus são o isolamento social e o uso de máscaras! Por que vejo tanta gente na rua sem máscara??😱😱


Os hospitais estão lotados, a situação está muito grave, vamos acordar pessoal!!


Fingir que nada está acontecendo não resolve! Muitas vidas estão sendo perdidas😔😔

Mantenham o distanciamento, e USEM MÁSCARA!!

É o que pede o manifesto de 46 sociedades médicas 🙏🙏

Postado dia 01/03/2021.

Tenho atendido muitos casos de COVID 19 e vejo como o acompanhamento após a “alta” é importante. Frequentemente temos visto que pessoas que se recuperaram do Covid 19 continuam a sentir os efeitos da doença por semanas a meses após se recuperarem. Essa condição agora está sendo chamada de síndrome pós-COVID.


Assim como o própria doença pode vir com uma variedade de sintomas, o mesmo pode acontecer com a síndrome pós-COVID. Os sintomas mais comuns que podem persistir incluem fadiga; dificuldade para respirar; dor nas articulações; dor no peito; névoa do cérebro, incluindo incapacidade de concentração e memória prejudicada; perda do olfato / paladar; problemas de sono.


De fato não temos certeza exatamente por quanto tempo esses sintomas podem persistir, mas sabemos que eles podem durar seis meses ou mais em algumas pessoas.


A síndrome pós-COVID não é exclusiva das pessoas que tiveram a forma grave da doença. Ela se apresenta também naqueles que tiveram sintomas leves.


Um estudo realizado em Roma, na Italia, mostrou que após uma media de 2 meses da doença, apenas 12% estavam totalmente assintomáticos, 53% relatavam fadiga e 43% falta de ar. Em 44% dos casos foi observado piora de qualidade de vida.


Sabemos que esses efeitos impactam na qualidade de vida das pessoa e por isso o acompanhamento pós COVID não deve terminar com o termino da doença em sua fase aguda. Muitos precisam de uma reabilitação.


Ref. e imagem 2: JAMA, 2020;324(6)Imagem 1: Freepik.Postado dia 27/01/2021

Estudo realizado no Canadá mostrou que a Colchicina reduziu o risco de complicações relacionadas ao COVID-19.


COLCORONA é um ensaio clínico sem contato, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo realizado em casa, para determinar se a Colchicina poderia reduzir o risco de complicações graves associadas ao COVID-19.

Foi realizado no Canadá, Estados Unidos, Europa, América do Sul e África do Sul.


O estudo conduzido entre aproximadamente 4.500 pacientes COVID-19 não hospitalizados no momento da inscrição, com pelo menos um fator de risco para complicações do COVID-19.


O Montreal Heart Institute (MHI) anunciou que os resultados do estudo mostraram que a Colchicina reduziu em 21% o risco de morte ou hospitalizações em pacientes com COVID-19 em comparação com o placebo; reduziu as hospitalizações em 25%, a necessidade de ventilação mecânica em 50% e as mortes em 44%.


Os resultados positivos do estudo COLCORONA mostram que a Colchicina foi eficaz para o tratamento de pacientes não hospitalizados.


Entretanto apesar dos dados positivos, devemos aguardar o estudo completo que ainda não foi divulgado. Vamos respeitar a ciência! Mas parece que temos uma luz no início do túnel!😀😀🙏🙏


Quero ressaltar que o uso desse medicamento sem prescrição médica envolve sérios riscos à saúde, podendo levar à morte, quando há overdose, por sua toxicidade. Portanto não se automedique. Converse com o seu médico.


Ref1.https://www.globenewswire.com/news-release/2021/01/23/2163109/0/en/Colchicine-reduces-the-risk-of-COVID-19-related-complications.htmlRef2. https://www.colcorona.net/Imagem: FreepikPostado dia 24/01/2021

No post de hoje gostaria de falar sobre a piora na qualidade da alimentação nesse período da pandemia.


Incentivadas a permanecer em casa para não se expor ao novo coronavírus, muitas famílias têm preferido comprar alimentos industrializados, que duram mais tempo na despensa ou ainda recorrer aos apps de delivery, que diminuem a possibilidade de mantermos uma alimentação saudável e equilibrada.


Um famoso app de delivery chegou a 39 milhões de pedidos por mês durante pandemia!! Uma rede de supermercados vendeu 100 mil caixas de pizza congeladas em apenas 3 dias. Essa quantidade, antes da pandemia, era vendida em 1 mês!!


O problema é que a opção por esses itens, que tendem a ser mais calóricos e menos nutritivos que comidas frescas - interferem na saúde de forma global. Em decorrência, houve um aumento expressivo da obesidade, doença provocada pela má alimentação, que é considerada um dos principais agravantes da covid-19, deixando assim as pessoas mais vulneráveis a adoecer.


Sei o quanto é difícil a organização do home office, aulas on-line e organização da casa nesse período, mas não podemos deixar de lado o cuidado com nossa alimentação. Já abordei em post anteriores, mas quero reforçar a reflexão de fazermos escolhas mais saudáveis, que resultarão na melhora e manutenção de nossa saúde!! Não descuidem!

Imagem: Freepik

O Reino Unido aprovou hoje a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech e anunciou que prevê iniciar a vacinação na semana que vem. No início de novembro, as farmacêuticas anunciaram que a vacina tem eficácia de 95% na prevenção da Covid-19, segundo dados iniciais do estudo da terceira e última fase de testes. Os dados ainda não foram publicados em revista científica. Na prática, se uma vacina tem 95% de eficácia significa dizer que 95% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra a doença.

Profissionais da saúde deverão estar entre os primeiros a serem vacinados, assim como idosos e pessoas que vivem em casas de repouso, incluindo funcionários.

Por causa das condições de armazenamento da vacina, que precisa ser mantida a -70°C, as campanhas de vacinação serão feitas em hospitais.

Porém, acredito que no Brasil teremos dificuldades e acho pouco provável que teremos essa vacina, pois o armazenamento nessa temperatura seria praticamente impossível conseguirmos por aqui. Logo, nossa perspectiva não conta muito com essa vacina da Pfizer, mas sim com outras que estão tendo estudo, inclusive no Brasil. Mas já temos um grande avanço e uma nova esperança para controle da doença.

Postado dia 02/12/2020.Imagem: Freepik.

👉Se você já teve COVID-19 pode ser que ache que nunca mais terá esse problema, especialmente se tiver uma sorologia IgG positivo.

👉Entretanto ainda não sabemos bem o comportamento desse vírus tão novo e tão intrigante.

👉Um novo estudo na China mostrou que pacientes recuperados da Covid-19 ainda podem estar vulneráveis a uma forma mutante do patógeno que vem se espalhando no mundo.

👉Isso porque foram detectadas diversas mutações do vírus no decorrer da pandemia. Especificamente, uma mutação conhecida como D614G, começou a se espalhar pela Europa no início de fevereiro e em maio era a cepa dominante em todo o mundo, apresentando 70% das amostras seqüenciadas na Europa e na América do Norte.

👉Os anticorpos encontrados em 3 pacientes que foram infectados com formas anteriores do vírus, falharam em neutralizar o vírus. Os pesquisadores então tentaram infectar as células hospedeiras com as cepas mutantes e normais. A eficiência de entrada do vírus mutante foi 2,4 vezes maior.

👉Um estudo realizado pela equipe médica de inteligência artificial da IBM em abril, alertou que a mutação D614G poderia reduzir a eficácia dos programas de vacinas direcionadas à proteína de pico do vírus. Esse dado irá exigir que o tratamento com anticorpos e o design da vacina tenham considerações adicionais para acomodar o D614G e outras mutações que podem afetar a imunogenicidade do vírus.

👉Esses dados são oriundos de laboratório e ainda iniciais. Não sabemos ao certo se “na vida real” seria assim. ENTRETANTO, estamos começando a ter dados sobre possibilidades de reinfecção.

👉 Estamos todos cansados da quarentena, mas precisamos manter as medidas de segurança individuais. A vida que volta aos poucos deve ser cercada dos novos cuidados. Mesmo para aqueles que ja tiveram a infecção pelo COVID 19.

Postado dia 24/06/2020.Imagem: Freepik|sosiukin.Fonte:https://www.scmp.com/coronavirus/greater-china/article/3089983/coronavirus-recovered-chinese-patients-may-be-defenceless?

👉Recebi muitas perguntas sobre o uso de máscaras e quais realmente nos protegem do Coronavírus.

👉O Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia (Infis/UFU), avaliou a eficiência de 15 tipos de máscaras.

👉O estudo ainda não foi publicado em periódico científico, mas, segundo os pesquisadores, os testes revelaram que as máscaras N95, as cirúrgicas e as de algodão são as mais eficientes.

👉Embora o filtro de papel tenha apresentado boa retenção de partículas, seu uso não é indicado para prevenir a Covid-19, porque a vedação lateral da máscara feita com esse material é ruim e a umidificação é rápida.

👉Até o momento, a ciência considera que o coronavírus pode "flutuar" por meio de aerossóis, que são partículas muito pequenas que ficam suspensas no ar, como as gotículas de saliva. Por isso, as máscaras podem evitar a propagação do vírus.

👉A partir dos testes realizados, os físicos elaboraram uma tabela, classificando os tipos de máscaras de acordo com a proteção, desde a eficiência "muito alta" até a "muito baixa", conforme mostrado no banner.

👉Se puder, não saia de casa, mas se sair, use máscaras.

Publicado em 06/05/2020.Imagem do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia.Fonte da informação: http://comunica.ufu.br/noticia/2020/05/fisicos-da-ufu-avaliam-quais-mascaras-sao-mais-eficientes-contra-coronavirus

👉No último mês estamos descobrindo que o Coronavírus não é apenas uma doença respiratória. É também uma doença que afeta os órgãos de forma sistêmica, e em especial os rins dos pacientes.

👉Temos tido no Brasil um cenário um pouco distante daquele publicado em estudos iniciais na China. Nossos pacientes graves tem tido insuficiência dos rins em uma frequência bem maior. Na China a taxa era de 3-8% dos pacientes graves. Aqui cerca de um terço dos pacientes em UTI tem precisado fazer diálise para sobreviver.

👉Ainda não se sabe a exata razão do porquê os rins são tão frequentemente afetados. Uma possível explicação reside no fato de um dos locais de maior afinidade do vírus no organismo ser a ECA, uma enzima presente nos rins. Mas mecanismos relacionados a autoimunidade (quando o próprio sistema imune da pessoa se ataca) também parecem estar envolvidos, além da formação de microcoágulos que ja foram descritos como mecanismo causador de morte no organismo. Certamente as #comorbidades do paciente aumentam o risco da lesão nos rins.

👉A diálise preenche os papéis vitais que os rins desempenham, limpando o sangue de toxinas, equilibrando componentes essenciais, incluindo eletrólitos, mantendo a #pressãoarterial sob controle e removendo o excesso de líquidos. Pode ser uma medida temporária enquanto os rins se recuperam, ou pode ser usado a longo prazo, se não ocorrer a melhora da função dos rins. Não sabemos ainda o que os danos nos rins causados pelo vírus causam a médio/longo prazo.

👉Enfim, temos mais dúvidas do que afirmações até o momento, mas sabemos que não podemos menosprezar o vírus e seus efeitos. Além de ventiladores, devemos nos preocupar em obter máquinas de diálise suficientes para esses pacientes graves e de tratamento complexo. Fica o meu alerta. E que os números de casos de Covid-19 estacionem.🙏🙏🙏🙏

Imagens disponíveis em Freepik|brhfx.Publicado dia 25/04/2020.


👉Porque é perigoso contágio de COVID-19 ao caminhar, correr e andar de bicicleta durante a quarentena?

👉Em muitos países, caminhadas, ciclismo e corrida são atividades que continuam sendo realizadas nestes tempos do COVID-19. Aqui mesmo, no caminho que faço para o hospital, tenho visto cada vez mais gente na rua ao mesmo tempo se exercitando. Mas afinal, qual a distância que as pessoas deveriam estar umas das outras durante os exercícios, para reduzir o risco de contaminação pelo COVID-19?

👉Foi essa a pergunta que pesquisadores da Holanda e Bélgica tentaram responder. A regra típica de distanciamento social que muitos países aplicam é entre 1 e 2 metros, que parece eficaz quando a pessoa está parada ou sob um vento fraco. Mas a pesquisa mostrou que quando em movimento, correndo ou andando de bicicleta, a pessoa que espirra ou tosse, ou apenas respira, produz partículas que ficam para trás no ar. Desse modo, a pessoa que passar correndo atras no chamado cone de aspiração, atravessa essa nuvem de gotículas.

👉Os pesquisadores da Katholieke Universiteit Leuven e Eindhoven University of Technology chegaram a essa conclusão simulando a ocorrência de partículas de saliva de pessoas durante o movimento (andando e correndo) e isso de diferentes posições (próximas umas das outras, na diagonal atrás uma da outra e diretamente atrás uma da outra).

👉Os resultados do teste são visíveis em várias animações e visuais. A nuvem de gotículas deixadas para trás por uma pessoa é claramente visível mesmo sem tosse ou espirros, apenas pelo fato de respirar.

👉O risco de contaminação é maior quando as pessoas ficam logo atrás uma da outra, no mesmo fluxo de passagem.

👉Com base nesses resultados, os cientistas aconselham que a distância segura deva ser de pelo menos 4 a 5 metros entre pessoas que estejam caminhando na mesma direção. Para atividades como corrida e ciclismo lento a distância segura deve ser de no mínimo 10 metros e para ciclismo rápido no mínimo 20 metros.

👉Por isso, mesmo gostando muito de esportes e incentivando os pacientes a se exercitarem, fico apreensiva em ver tanta gente na rua ao mesmo tempo😢. Vamos nos conscientizar! Nosso inimigo é invisível mas já mostrou a que veio!

Publicado dia 10/04/2020.Crédito da foto: Katholieke Universiteit Leuven e Eindhoven University of Technology.Fonte de informação: https://www.demorgen.be/nieuws/belgisch-onderzoek-fietsen-joggen-of-wandelen-doe-je-best-niet-achter-elkaar-in-tijden-van-corona~b60aece6/

Nesse vídeo falo sobre o Coronavírus, medidas de prevenção, quando procurar ajuda médica relacionada ao vírus e quais os pacientes têm mais risco de apresentarem complicações.

Recebi muitas dúvidas dos meus pacientes com insuficiência renal pedindo orientações.

Vale lembrar que produzi esse vídeo dia 28 de fevereiro de 2020 e que a cada dia temos novas informações sobre o Coronavírus. Fiquem atentos!