Para início de conversa o que é Creatina?

Creatina é um suplemento composto pelos aminoácidos Metionina, Glicina e Arginina. Frequentemente me perguntam no consultório se a Creatina pode piorar a função dos rins.


Na realidade temos diversos trabalhos mostrando que, em doses dentro do preconizado, a Creatina é segura em relação aos rins. Inclusive temos até metanálise mostrando que não piorou a função renal. Pra resumir, isso nos dá um grau de confiança maior no estudo.


Entretanto, quero frisar alguns pontos:

1. Estamos aqui falando de indivíduos saudáveis, sem problemas prévios nos rins.


2. Não é indicada para qualquer um que inicie atividade física. Na realidade, em alguns casos, a indicação é justamente ao contrário…


3. Não inicie suplementos sem acompanhamento profissional. Sempre é importante fazer um seguimento clínico e laboratorial. Assim podemos ir mais longe e com segurança.


Ref: J Ren Nutr 2019;29(6)480Postado dia 21/02/2022

Na doença renal crônica, quando o rim não consegue eliminar corretamente pela urina os restos da digestão, a escolha dos alimentos deve ser mais cuidadosa.

Na fase de tratamento conservador ( doença renal sem necessidade de diálise), o cuidado deve ser para evitar o excesso na ingestão de proteínas provindas de leite e derivados, carnes e leguminosas (feijões, lentilha, grão de bico, soja, etc). As quantidades ingeridas por dia devem ser controladas e individualizadas, com orientação de nutricionista.

Nesta fase, os valores de fósforo, potássio e paratormônio no sangue costumam estar dentro do limite ou pouco aumentados.

Na fase dialítica, a ingestão de proteína chega a ser o dobro da recomendada na fase de tratamento conservador. A perda de proteínas no processo da diálise é grande e, por isso, deve-se ter uma alimentação correta para evitar a desnutrição. Nesta fase, os níveis de fósforo já podem estar bem elevados assim como os níveis de potássio.

Para garantir a ingestão adequada de proteína, porém controle do fósforo procure seguir as orientações abaixo:

EVITAR:

  • Queijos;

  • Miúdos (moela, fígado, coração, sarapatel, dobradinha, chouriço, etc);

  • Embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, salame, presunto, etc);

  • Oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes);

  • Chocolates;

  • Coca-cola e Pepsi;

  • Cervejas (com ou sem álcool);

  • Frutos do mar e camarão;

  • Peixes como: sardinha, atum, bacalhau e salmão;

  • Gema de ovo.

Evite também alimentos industrializados, que possuem conservantes que são grande fonte de fósforo facilmente absorvido no intestino.

Procure alimentar-se com carnes ou peixes como linguado, merluza, pescada no almoço e jantar. Pode fazer uso de clara de ovo, servida como omelete, cozido ou frito (sem a gema) como uma boa fonte protéica isenta de fósforo.

Se fizer uso de quelantes (renagel, carbonato de cálcio, lantânio, dentre outros), estes devem ser ingeridos no momento da ingesta dos alimentos fonte de fósforo (laticínios, carnes, grãos e alimentos da lista acima). Se fizer uso de 3 comprimidos, por exemplo, escolha ingerir um no início da refeição, outro no meio e outro no fim.

Para controle do potássio (pacientes com potássio alto): prepare verduras e legumes cozidos e não crus para as refeições principais.

Nos intervalos, frutas com baixo conteúdo de potássio como: maçã, pêra, pêssego, banana maçã, morangos (10 unidades), abacaxi (1 fatia de 1 cm) e sucos feitos com bastante água como no caso do limão, maracujá, acerola e caju.

Não descuide da sua alimentação e saiba que ela é sempre grande aliada. Procure atendimento especializado.

Fique atento para mais dicas de alimentação saudável aqui no site.

Colaboração:

Tatiana M. Aniteli

Nutricionista

CRN-3: 22.758