O envelhecimento é universal na biologia. Todos nós envelhecemos e nossos rins também.
Esse envelhecimento gera uma perda fisiológica (ou seja “normal”) e progressiva da função dos rins por alterações na estrutura e função renal.
Bom, a partir dos 30-40 anos já começamos a perder função nos rins (jovem né?) mas a perda é pequena, DISCRETA.
Ainda hoje é um grande desafio entender até quanto de perda é “normal” e, na dúvida, o paciente deve ser avaliado por um especialista para se chegar a essa conclusão.
Quais os cuidados que devemos ter após o diagnostico médico de perda de função renal pela idade?
Primeiro: devemos entender que a perda considerada normal não leva o paciente à diálise só por essa perda. Entretanto nesse casos devemos nos atentar:
Há aumento do risco de insuficiência renal aguda
É preciso ajustar a dose de medicamentos
Essa perda renal pela idade não impede que o paciente seja um doador de rim.
Não há tratamento especifico medicamentoso para isso, MAS o paciente deve ser cuidado para prevenir futura piora renal.
Você já conversou sobre seus rins com os seus médicos?
Durante uma internação no hospital, por muitos motivos, o paciente pode apresentar uma piora no funcionamento do seus rins. As vezes essa piora é transitória, ou seja, recupera-se a função dos rins. A isso chamamos de lesão renal aguda.
O grande perigo é que, quando isso acontece, existe uma chance muito maior da pessoa voltar a ter problemas nos rins e progressivamente a doença renal ir se instalando, o que chamamos de doença renal crônica.
E pra piorar: a doença renal crônica não dá sintomas até ficar muito avançada.
Portanto somente a partir de exames laboratoriais poderemos saber o que está de fato acontecendo.
Um estudo recente mostrou que a maior parte desses pacientes não procura um nefrologista. A verdade é que muita gente nem sabe o que faz um nefrologista até ter uma insuficiência renal grave, quando tudo poderia ter sido evitado lá no começo.
Fiquem atentos! O rim é um órgão silencioso! Se cuidem e façam exames!
Para avaliarmos a função dos rins, ou seja, quanto os rins de uma pessoa está funcionando, infelizmente não adianta apenas conversar e examinar o paciente. Precisamos de exames feitos no laboratório.
O básico é a ureia e creatinina que coletamos no sangue. São exames baratos e já ajudam muito!! O ideal seria que anualmente fossem coletados por pessoas saudáveis para rastrear doenças renais que ainda não deram sintomas (esse momento é o melhor para tratar e tentar reverter a perda de função).
Podemos aprofundar a investigação com exames de urina: clearance de creatinina (esse exame pode mostrar em percentual o funcionamento dos rins) e urina I (um dos exames mais simples e baratos que temos.
Por isso, não ha motivos para não fazermos em todos os exames de rotina ao menos ureia, creatinina, urina I.
Exames simples e que podem mudar o rumo de sua saúde!
Hoje é o dia Mundial do Rim, um dia para conscientizar o mundo sobre a importância do rim e das doenças que podemos ter nos rins.
Doenças comuns podem levar a insuficiência dos rins: diabetes, pressão alta, colagenoses como lúpus, pedras nos rins (cálculos renais), glomerulonefrites.
Atualmente mesmo o COVID pode afetar os rins. Eu mesma já tratei de diversos pacientes que infelizmente tiveram seus rins afetados pelo COVID 19.
De fato, o vírus pode causar insuficiência renal mesmo em pacientes que nunca tiveram problemas nos rins. Os rins são o segundo órgão mais afetado na COVID 19. Em geral esses pacientes já tem um quadro mais exuberante da doença, e apresentam alterações dos níveis de creatinina no sangue e podem ter perda de proteína e de sangue na urina. Essas alterações se relacionam a maior gravidade dos pacientes e maior risco de não sobreviver.
Por isso no dia de hoje, Dia Mundial do Rim, não tenho como falar de outro assunto a não ser a relação dos rins com a COVID 19: maior risco de morte.
Portanto não descuidem da saúde e vamos ter força para mantermos as medidas de combate a disseminação do vírus.
Vetor: pngtreePostado dia 11/03/2021